Compositor: Violeta Parra
Porque os pobres não têm
Para onde voltar a vista
Voltam-na para o céu
Com a esperança infinita
De encontrar o que seu irmão
Neste mundo deixa faltar
Pombinha!
Que as coisaa tem vida
E zambita!
Porque os pobres não têm
Para onde voltar a voz
Voltam-na aos céus
À procura de uma confissão
Já que seu irmão não escuta
A voz do seu coração
Porque os pobres não têm
Esperanças neste mundo
Refugiam-se na outra vida
Como se fosse justo equilíbrio
Por isso as procissões
As velas, o louvor
Desde tempos imemoriais
Que foi inventado o inferno
Para assustar os pobres
Com suas punições eternas
E o pobre, que é inocente
Acreditando com sua inocência
O céu tem as rédeas
A terra e o capital
E os soldados do Papa
Enchem bem seus bolsos
E naquele que trabalha colocam
A glória como uma focinheira
Para seguir a mentira
Chama-lhe o seu confessor
E diz que Deus não quer
Nenhuma revolução
Nem contratos nem sindicatos
Que ofendem o seu coração